Detalhes do Trabalho

Título PT-BR:

“NEM... NEM...”, SENTIDOS QUE SE CONSTITUEM ENTRE: UMA ABORDAGEM DISCURSIVA DE METÁFORAS DE C. S. LEWIS

Autor:

MONT’ALVÃO, DANIELLA FERRAZ AMARAL

Orientador:

Profa. Dra. Paula Chiaretti

Titulação do Orientador:

Mestre

Curso:

Mestrado em Ciências da Linguagem

Tipo de Trabalho:

“NEM... NEM...”, SENTIDOS QUE SE CONSTITUEM ENTRE: UMA ABORDAGEM DISCURSIVA DE METÁFORAS DE C. S. LEWIS

Assunto:

Metáfora; Sentido; Discurso; Entremeio.

Ano de Defesa:

2017

Biblioteca:

Unidade Fátima

Área de Concentração:

Linguagem e sociedade

Linha de Pesquisa:

Análise de discurso

Resumo:

Como efeito dessa pesquisa, proponho um percurso que forneça elementos para que se possa compreender que podemos identificar modos diferentes de tratar a metáfora observando, primeiramente, que os processos de significação e de produção de sentido nos permitem elencar diferentes perspectivas semânticas como: uma relação na estrutura da língua, uma relação da linguagem com o mundo, o que pretende comunicar aquele que engendra um dizer, a língua posta em funcionamento por um locutor e a relação desse modo de funcionar com as condições sócio históricas em que esse acontecimento se dá. Depois, um acentuado deslocamento teórico se fará ao observarmos que, pela Análise de Discurso de linha francesa, um conjunto de questões podem ser colocadas face à significação pelo não fechamento dos sentidos. Instalam-se diferentes formações discursivas no jogo das palavras que declinam, deslizam, derivam, que vão constituindo sentidos outros, outros possíveis. Na interface do simbólico, a possibilidade do equívoco. No gesto de interpretar, a ideologia, a abertura para múltiplos sentidos ou o movimento de contenção dos sentidos. Dessa perspectiva, então, temos meios para pensar a metáfora de outros modos, através de outras relações. Assim, dessa disposição teórica de entremeio, interrogamos o que é possível compreender sobre a metáfora tomando como corpus textos sobre o Cristianismo produzidos por C. S. Lewis. Outra questão que colocamos é o imaginário modelo de unidade que atravessa os textos, que aqui estão como corpus. Modelo esse que pensamos favorecer a circulação de sentidos que funcionam como os mesmos. Para tanto, o presente trabalho desenvolve-se como um estudo dos sentidos e das metáforas até chegar a um olhar discursivo sobre recortes textuais desse autor, dirigidos, inicialmente, aos seus ouvintes (como professor) e, posteriormente, aos seus leitores (como escritor) recortados como objeto de análise. Para trabalhar esse objeto, o caminho teórico que propomos procurará demonstrar que os sentidos não são naturais, tal como sabemos, fundamentados pela perspectiva da Análise de Discurso; que eles têm condições materiais específicas de existência e que, de um modo muito particular, pela metáfora, pode-se criar um efeito de verdade, com suas especificidades, quando alguém, com autoridade de um lugar de dizer estabelecido como legítimo, na função autor, imaginariamente, produz um efeito de “revelar” significados. Interrogamos de que modo ocorre esse funcionamento que fundamenta a produção de sentidos sobre “Cristianismo”, em Lewis, por meio da metáfora. O corpo teórico que movimenta os gestos na busca dessa resposta tem como fundamento posições semânticas nas diferentes abordagens acima elencadas e a análise de procedimentos discursivos, ancorados nos pressupostos da Análise de Discurso de linha francesa, nos trabalhos de autores como Michel Pêcheux, Paul Henry, Eni Orlandi entre outros. Compreendemos, dessa perspectiva, que a metáfora é uma palavra por outra, que segue produzindo seus efeitos a partir de certa relação de transferência. Partimos do princípio de que há sempre interpretação e de que ela pode ou não estabilizar certos sentidos e que, diante disso, não se pode pensar em literalidade ou referencialismo. Por esse viés, no tecido da obra de Lewis, podemos pensar o processo metafórico num jogo duplamente afetado como um lugar de desestabilização: uma palavra por outra e o sentido, nem aqui, nem ali, mas, entre. Especificamente, naquilo que já se produziu sobre a relação entre língua, sujeito e história e a ressignificação dessas noções quando tomadas no entremeio, nos empréstimos, nas metáforas. As análises mostram a pertinência da construção discursiva do referente, não da sua negação.

Palavras-Chave PT-BR:

Metáfora, Sentido, Discurso, Entremeio.

Palavras-Chave EN:

metaphor, sense, speech, christianity, intermission