Detalhes do Trabalho
Título PT-BR:
A MORAL RELIGIOSA EM MÚSICAS SERTANEJAS: SENTIDOS DO BEM E DO MAL
Autor:
SANTOS, Maciel Francisco dos
Orientador:
Profa. Dra. Telma Domingues da Silva
Titulação do Orientador:
Mestre
Curso:
Mestrado em Ciências da Linguagem
Tipo de Trabalho:
A MORAL RELIGIOSA EM MÚSICAS SERTANEJAS: SENTIDOS DO BEM E DO MAL
Assunto:
. Análise do discurso; . Linguística; . Moral; . Música sertaneja; . Discurso religioso.
Ano de Defesa:
2015
Biblioteca:
Unidade Fátima
Área de Concentração:
Linguagem e Sociedade
Linha de Pesquisa:
Língua e ensino
Resumo:
Tendo como base teórica a Análise de Discurso desenvolvida por Pêcheux e Orlandi, este trabalho busca analisar as formas de subjetivação do sujeito caipira em letras de música sertaneja no que se refere à moral religiosa. Parte-se então das condições de produção da música sertaneja, o que possibilita compreender a sua historicidade. A música sertaneja, enquanto linguagem, constitui um sujeito caipira, pois materializam se nas canções, tradições, costumes e valores de um povo do interior, do meio rural, de regiões do Brasil onde se desenvolveu um modo de vida que pode ser entendido como cultura caipira. A relação da música sertaneja com a cultura caipira faz com que se instaure nas canções o discurso moral religioso, visto que essa moralidade é algo constitutivo dos sujeitos inseridos no meio rural caipira, onde a religião é bastante valorizada. Essa moralidade, determinada pela ideologia religiosa, produz para o sujeito uma evidência de bem e mal, o que lhe permite julgar eventos na sociedade, contestando as atitudes sociais que não estão de acordo com a sua moral. Fica marcado nas canções um conflito que, pelo religioso determina o que é bom e o que é ruim. Esse conflito se faz presente por meio de dicotomias: Deus x Diabo, rico x pobre, antigo x moderno, campo x cidade. O conflito entre o velho e novo e o meio e rural e o meio urbano devem-se também à própria constituição da música sertaneja, que é marcada pela urbanização do país. Nesse sentido, o trabalho mostra como a música caipira é abarcada a partir de determinado momento pela indústria fonográfica, constituindo-se, nessa relação, como “mais um produto” desse mercado específico. Compreendemos tal inscrição como um acontecimento discursivo (Pêcheux, 1990), considerando que se movimentam os sentidos da música caipira, que se (re) significa enquanto música sertaneja, atravessada pela tensão que resulta dos imaginários sobre lugares e modos de vida distintos: o meio rural e o meio urbano. Nesse sentido, as letras das músicas constituem-se em um lugar para observar o processo de subjetivação desse sujeito (caipira) da canção sertaneja. As tensões e dicotomias na materialidade dessas letras indicam uma discursividade moral nas músicas sertanejas que se constitui através de uma linguagem cotidiana. Procuramos compreender, com a presente análise, como funciona essa discursividade, que aponta para uma “sociedade de ponta cabeça”, tudo “fora do lugar”, tudo “errado”, considerando que aí, pela remissão a Deus e à fé, fala-se também de uma falta de Estado, de lei, de governo. Este é um sujeito, pois, que se mostra desacreditado do poder político e econômico exercido pelo Estado, e, pela sua religiosidade, fala ao lado de Deus, vendo neste a única solução para os problemas da humanidade.
Palavras-Chave PT-BR:
Análise de Discurso. Moral e forma sujeito. Música sertaneja. Sujeito caipira. Discurso religioso. Formas de subjetivação
Palavras-Chave EN:
Discourse Analysis. Moral and subject form. Country music. Country man. Religious discourse. Subjective ways.