Detalhes do Trabalho

Título PT-BR:

O INTERDISCURSO NO PROCESSO DE SIGNIFICAÇÃO EM NHÁ CHICA – A PÉROLA DE BAEPENDI

Autor:

BRASIL, Luciana Leão

Orientador:

Profa. Dra. Eni de Lourdes Puccinelli Orlandi

Titulação do Orientador:

Mestre

Curso:

Mestrado em Ciências da Linguagem

Tipo de Trabalho:

O INTERDISCURSO NO PROCESSO DE SIGNIFICAÇÃO EM NHÁ CHICA – A PÉROLA DE BAEPENDI

Assunto:

. Análise de discurso . Documentário . Interdiscurso . Nhá Chica

Ano de Defesa:

2011

Biblioteca:

Unidade Fátima

Área de Concentração:

Linguagem e Sociedade

Linha de Pesquisa:

Análise de discurso

Resumo:

O documentário é um lugar para a observação e análise do discurso. Ele é, a sua maneira, um modo de contemplar o sujeito se expondo, o sujeito falando, o sujeito se constituindo, o sujeito se (dis) traindo. A partir de sua materialidade significante é possível apreciar a materialidade específica da ideologia, tratada pela análise de discurso, funcionando socialmente e tendo a língua como base material para acesso ao dizer e também ao não-dizer, ao (s) silêncio (s), ao que poderia ser dito....e que não aconteceu. O nosso objeto de análise é o documentário intitulado Nhá Chica – A Pérola de Baependi (2004), produzido pela Congregação das Irmãs Franciscanas do Senhor e pela produtora Verbo Filmes. Nesse tecido fílmico, estudaremos, mais especificamente, os discursos que emergem a propósito de Francisca de Paula de Jesus Isabel, consagrada pelo povo como ―a santa de Baependi, a leiga extraordinária, a serva de Deus e a mãe dos pobres‖. Através desse material, que é o filme, eivado de contradições e equívocos, onde o não delimitável aparece como um sentido possível, analisamos o funcionamento do interdiscurso na constituição dos sujeitos em uma comunidade tomada pela fé cujo dizer demanda por sentidos. Para dar conta dessa pesquisa, lançamos mão de conceitos da análise de discurso, bem como do procedimento de recorte elaborado por Orlandi (1984), referido à intersecção de diferentes materialidades de estudo, a fim de entendermos os percursos de sentidos e suas configurações frente ao interdiscurso. Visto que o sentido é ―sentido‖, o papel do analista é desconstruir as evidências, mostrando que as mesmas são naturalizações da história. Estudar o documentário em sua materialidade significante pode mostrar que ao produzir sentido, significar e identificar-se, o sujeito situa sua relação com o mundo. O que o sujeito enuncia é produzido em determinadas condições e esse processo deixa rastros. Marcas discursivas que podem ser tateadas pelo olhar e sensibilidade do analista, confrontando o dizer em relação à exterioridade. O que vai se historicizando, se deslocando, se atualizando no acontecimento do discurso do indivíduo, chamado a ser sujeito pela ideologia, equivocado pela ilusão da imanência e da clareza, deparando-se com a opacidade do discurso onde é necessário esquecer-se para constituir-se. A fuga da ―angústia‖ da transparência faz emergir o inusitado, adormecido no contado, no não contado e no descontado das palavras que se divertem com o indivíduo, tal qual o inefável, condenando a ser sempre outro e outro e outro e outro e outro e outro e outro e outro e outro e outro e outro e outro.

Palavras-Chave PT-BR:

Análise de Discurso, Documentário, Interdiscurso, Nhá Chica.

Palavras-Chave EN:

Analyse du Discours, Documentaire, Mémoire Discursive, Nhá Chica.